No tempo das aldeias, no falar do lavadouro, na taberna ou à porta da igreja, a curiosidade pela vida alheia nascia e morria pela passa-palavra. A curiosidade corresponde à necessidade de saber como é a vida.
A boa e má: entre a troca de informações e a coscuvilhice vai a um passo.
Os media compensaram o isolamento contemporâneo com informações privadas, frívolas e coscuvilhice. Em vez do passa-palavra, passou-se ao vira-páginas cor-de-rosa ao zapping entre canais para saber coisinhas de vidas privadas.
De conversa no lavadouro, a curiosidade tornou-se global nos ecrãs e no papel impressado.
Tem uma construção manipulada da narrativa para promover a expulsão dos concorrentes é menos interessante, aumentando o suspense para quem sai. Sendo um jogo, que não regras fixas até ao final; ninguém controla a veracidade dos votos.
Não poderia haver acção judicial mais patética, a Casa dos Segredos é ela mesmo um acto de pirataria contra os valores éticos da sociedade.
Nuno Costa, Lamego
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