quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

As espadas enfiadas no Governo

                  
O Governo estragou mesmo tudo. Estragou a estabilidade política, a paz social, estragou tudo à sua volta e ao seu redor aquilo que revolta e o pasmo agregava o País: o sentido de que tínhamos de sair disto juntos. Agora sairemos disto separados?
Fizeram de conta que se esqueceram-se que lá fora há pessoas. Pessoas de verdade, de carne e osso, pessoas com dúvidas, dívidas e com famílias, pessoas com expectativas, esperanças, pessoas com futuro, pessoas com decência. Quando o primeiro-ministro pedir agora para irmos à luta, quem correrá às trincheiras?
Será que não percebem que o pacote da austeridade vai matar algo mais do que a economia, do que as finanças, do que os mercados - mata a força para levantar, estudar, trabalhar, pagar os impostos, para constituir uma sociedade?
E assim sucedem-se os erros que sacrificam o País para não perderem a face.
É impensável que lance o País numa crise política. É imperdoável que não perceba que matou a esperança a milhares de pessoas.
Foi isto que o Governo estragou. Estragou a crença de que esta austeridade era medonha e ruinosa, mas servia ainda para um aumento bruto de impostos e de corte de salários públicos e pensões. Foi a austeridade que falhou, foi a política que levou ao corte de salários transferidos para as empresas, foi a política fraca, foi a política cega, foi a política de Passos Coelho, Vítor Gaspar, e de Paulo Portas, foi a política que não é política.
Esta guerra não é para perder, é para ficar. Assim ela será perdida. Não há mais sangue para derramar. E onde havia soldados já só estão as espadas.
Nuno Costa, Lamego

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