Há dias assim, em que achamos que este País não tem futuro. Perdem-se horas e horas a discutir o que temos e nunca discuta-se o que não temos. Somos ótimos a fazer diagnósticos elaborados sobre os erros apenas para podermos apontar o dedo em alguém que nenhum será responsabilizado por isso.
Somos vítimas da excelente capacidade de nos alimentarmos da própria miséria. Não se vê um único dedo a apontar o caminho a seguir.
Discute-se como este e outros governos falharam, não exigem que apresentem planos de longo prazo.
Fazem-se manifestações contra quem governa mas ninguém revolta-se contra presidentes de câmara condenados no tribunal e fazem de nós, da Justiça, palhaços.
Idolatra-se gente sem valor, discutem-se políticas como se fossem clubes de futebol, sempre a olhar para o umbigo.
A reforma da administração pública, foi reduzida ao despedimento forçado de uns milhares de trabalhadores desqualificados perante o argumento de quem ganha muito. Reparem que ninguém, Governo e oposição, discute que Estado, que funções, que administração pública.
No meio deste deserto de ideias porque o primeiro-ministro é criado dentro numa gruta e decide voltar ao palco mediático.
De que maneira e como é que vamos potenciar os nossos jovens e as gerações futuras? Que estratégia de crescimento queremos? Que ensino superior estamos a criar? Como é que vamos reter os cérebros criados nas nossas escolas?
O problema é tão grave que nem o silêncio no torno destas questões inquietas quem devia decidir. A mediocridade que impera e ninguém quer saber. A crise fechou-nos nas discussões inúteis e tirou-nos a capacidade de olhar para a frente.
Faltam-nos estadistas, competência, arrojo e acima de tudo muita vergonha.
Nuno Costa, Lamego
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