Um nabo que não tem terra nos dentes,
Enterraram os olhos no seu pequeno quintal,
Quando o outro nabo divulgou as pequenas sementes,
Das pequenas mentes do seu nabal,
Choveram as promessas;
Nas entrementes,
Nas entrementes,
Na superfície lisa dos crentes,
São expostas ao sol desigual,
Que aquecia os círculos das peneiras,
O outro sol cozia os nabos de Portugal!...
E ninguém viu os ventos,
Das sementes prescritas,
Das sementes prescritas,
Nem os Invernos violentos,
Antes dos frios cinzentos,
Antes dos frios cinzentos,
Nas Primaveras malditas!...
Fizeram-se de bonecos de neve,
Para morrerem de frio,
Para morrerem de frio,
Há um desaparecido no nevoeiro,
Á procura da morte de que não deve,
Sem encontrar a cor do dinheiro;
Sem encontrar a cor do dinheiro;
Derretem os bonecos e sorrio,
Veio um desaguar leve,
Veio um desaguar leve,
Nas lágrimas do pranto,
E rio!...
Nuno costa, Lamego
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