quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

As aventuras do Rato Atómico

              
                                                           BENTO
Tudo nele suscitava sensações explosivas. Era frenético, dinâmico e intenso; aventureiro, imprevisível, rápido e de talento sublime; jogava com qualquer dos pés e driblava em todo o terreno. Para cúmulo das qualidades, era um fenómeno de cabeça, por alguma razão ficou conhecido como Rato Atómico. Bento agia como extremo que acriditava sempre nas suas potencialidades e só pedia uns instantes ao jogo para medir a temperatura na rota que o levava ao destino final. Apesar de fazer tudo a velocidade máxima, tinha a frieza dos goleadores. Nessa altura, respirava fundo, baixava as pulsações e revelava serenidade surpreendente.
Perdera qualidades, os reflexos já não obedeciam ao raciocínio sumptuoso e ao fim de uma época inteira em que fez apenas dois jogos para o campeonato achou que tinha chegado o momento de pendurar as botas. Ensinou as primeiras letras a milhares de crianças, atividade que serviu para dar ainda mais dimensão à lenda que nasceu e desenvolveu nos tempos do pontapé na bola.

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