quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Os gordos e os magros

                  
Nós ouvimos e acreditamos que o país é um barco esburacado. Nestes contos Portugal está roto e esfarrapado.
Só a manta da troika lhe tapa uma pequena parte das feridas que tantos lhe fizeram. Mas também sabemos que muitos daqueles que clamam para que o Estado emagreça à custa dos outros, dos desamparados, daqueles que não têm outro remédio senão cortar no pão, na manteiga e comer - oxalá- todos os dias só uma malga de caldo com um troço de couve, estão gordos e não abdicam da sua gordura, continuando a receber a banha dos cofres do Estado onde caiem os nossos euros.
São esses, com caras de anjo, sentados em almofadas recheadas de euros pagos pelo Estado, nos vêm dizer que são urgentes os sacrifícios, necessárias as dores e as turturas que nos aplicam, quando eles engordam em reuniões de empresas públicas, cobrando, por cada uma, 5.000, 10.000 e 15.000 euros, para darem uns conselhos durantre, 3 ou 4 horas.
Há muita gente a trabalhar muito mais e a ganhar vinte vezes menos!
É tão comovente ver a alegria dos governantes anunciarem que vão emagrecer o Estado com mais umas centenas de desempregados! Emagrecer para o Estado é desgraçar milhares de pessoas. Tanto desgraçado mais desgraçado!
Agora chicoteia-nos com os exemplos dos nórdicos que, coitadinhos!, não os têm nem os querem. Esqueceu-se foi de referir os seguintes números, relativos aos salários médios brutos anuais de 12 meses em euros: Noruega, 45.450; Islândia, 43.795; Dinamarca, 43.035; Luxemburgo, 37.128; Irlanda, 36.387;... Finlândia, 29.920;... Grécia, 19.702; Espanha, 19.578;... Portugal, 11.397.
Quando falarmos em salário mensal bruto ficamos a saber que os noruegueses vencem 3.787 euros, no Reino Unido 2.924, os holandeses 2.769 e os portugueses tão só 949 euros.
Nuno Costa, Lamego

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