ARTUR QUARESMA
Era um atacante extraordinário porque fazia tudo bem, em qualquer zona de ataque, mesmo onde não sentia à vontade. A extremo revelava velocidade e perfeição a executar junto às linhas; levava o golo nas veias e era um caso sério quando se cruzava com o guarda-redes. Quando vestia a pele de organizador e sentia livre para criar e dar abrangência à ação, o seu futebol atingia ponto alto de eficácia. Despejava então o seco imenso de dribles, passes a rasgar, tabelinhas, fruto da relação intima que tinha com a bola e da inteligência como se relacionava com a equipa e o jogo. Artur Quaresma foi o príncipe azul dos anos de ouro do Belenenses, a máxima referência ofensiva de equipa que foi uma potência do futebol português, estatuto consolidado com o título nacional em 1945/46. De aparência frágil mas de uma sumptuosidade fora do comum, tinha a genialidade dos predestinados.
A sua história ao serviço do Barreirense é bizarra: fez três jogos e logo o Belenenses pegou quatro contros pelo seu passe.
A ideia era jogar também mas os regulamentos não permitiam - depois de despedir-se, só podia voltar a jogar se o anterior clube deixasse. O Belenenses começou por dizer que não e acabou dizendo sim, mas só no final da época.
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