O pedido de ajuda externa é a cabal demonstração de duas realidades que vivemos, é um país que está por um fio, mas não percebemos. Primeira: fomos caminhando alegrmente contra a parede, um dia, alguém nos savaria do violento embate.
Consequência: como fomos incapazes de nos governar, passámos a responsabilidade para os outros.
Os custos, brutais e prolongados no tempo, deste facto obrigam-nos a pensar na segunda realidade: o modo de vida que escolhemos a seguir nas últimas décadas que acabou. E se voltar a ser, quando as contas públicas estiverem em ordem e o sufoco de aliviar, não tenhamos dúvidas: voltaremos a ser, como seremos agora.
O Governo, seja ele qual for, não passará de um mero tabelião da Comissão Europeia, ou quem tiver de governar para ditar um rumo do país.
Vale a pena, com certeza, fazer um balanço das culpas, porque uns são mais culpados do que outros. E sobre o modo como preferimos as facilidades do acessório às dificuldades do essencial.
Uma última nota para a forma como ficámos a saber que o Governo iria pedir ajuda externa. Mas emblemático da confusão, da falta de rumo, da pressão tremenda a que o Governo estava submetido há vários meses.
Nuno Costa, em 03/06/2011
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