sábado, 31 de dezembro de 2011

O rating de Cavaco

                                          
O murro no estômago dado pela Moody´s e a negra das bolsas permitiram a Portugal acordar do conto de aldeia e a manobra política para a recente economia portuguesa.
Bastaram para que Portugal deixasse a luta política do tipo Morgadinha dos Canaviais e se assumisse como vítima menor de um Império Contra-Ataca da economia global.
Os deuses ocultos dos mercados multiplicaram o crédito fácil, desigualdades e produtos tóxicos.
Os Estados salvaram os banqueiros irresponsáveis e coletivizaram os calotes, mas a natureza do escorpião não perdoa...
Entre nós, o mais veterano político profissional no ativo foi da ilusão tecnocrática para iludir a manipulação política. Agora que foi sujeito a uma penosa revisão do rating político, é tempo de tentar falar claro aos portugueses, incluindo aos que nele não votaram.
Nuno Costa, em 31/12/2011

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Debaixo do Vulcão

                                        
Os portuguses seguem com uma angústia enfastiada, as turbas de jotinhas, os figurantes inocentes estimulados por passeio, almoço e beijo de herói distante, mais absurdas de sempre e que antecedem o mais violento choque social de um compromisso democrático que não mudou Portugal.
Fundos europeus generosos malbaratados pelo oásis cavaquista, a esplosão do crédito fácil que o otimismo guterrista não travou e a incapacidade de antever a profunda crise de valores europeus que o euro iludiu e adiou colocam-nos à beira da bancarrota mais inúteis e penosas de sempre.
Grande parte do penoso futuro está definido no recessivo e injusto acordo externo que a sede de poder e a desgraça europeia tornaram inevitável.
Os portugueses vivem entre a ensiedade face à overdose de medidas e a inconsciência dos que ainda não perceberam que o esforço será de todos.
Entre a dívida sobre a capacidade de Passos Coelho de estragar os danos e contornar incólume os rios de lavar incandescente e a vertigem radical de um PSD imaturo ávido de provocar os danos incalculáveis, hesitam perante a sensação de estupor face à ameaça de erupção iminente do vulcão do consenso social.
Nuno Costa, em 30/12/2011

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O fim da macacada

                             
Há confortos, mesmo pequenos, enchem-nos a alma e tranquilizam-nos.
Coisas tão simples como, o último dia de trabalho e o primeiro de férias, o primeiro dia de calor e o último dos corpos tapados, o copo meio cheio, mas que nos parece meio vazio; ou outros, mais quotidianos e idiossincráticos, como saber que há sítios onde ainda se pede uma bica em vez de um café.
Mas se a vida, pública ou privada, precisa destas pequenas referências, o certo é que o Mundo continua ainda a girar.
Ter convicções e, sobretudo, mantê-las, é qualidade apreciável, mas viver obcecado com a conservação das coisas e dos costumes, sem aprender a relativizar uns e outros é meio caminho para ser obsoleto.
Para o presidente da UEFA, se cada macaco estivesse no seu galho, o Mundo seria um lugar melhor. Para desagrado do senhor, há macacos que não hesitam em saltar de ramo quando de outra comunidade primata se acena com uma banana. Nesta versão simiesca de ver as coisas, o futebol, área que o francês domina, está a transformar-se numa macacada pegada.
Ora isto perturba a confortável visão que o senhor tem do futebol e, provavelmente, do Mundo.
O presidente da UEFA preconiza, o fim da macacada.
A visão de Platini e a visão de quem vive orgulhosamente só.
De quem não saiu do Restelo e muito menos chegou à Lua. Se também eles fossem macacos, seriam de outra espécie. Daqueles que só olham para o próprio nariz e não saem dele.
26/12/2011

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O novo governo e os cínicos entendidos de sempre

                         
A concetração de pastas e políticas, aconteceu como era previsível e todos podemos intuir que o processo teria ido ainda mais longe, não fosse para tal necessário mexer em leis orgânicas.
Falta-lhes experiência, dizem esses especialistas da ciência política que capricham na amnésia, uma vez que todos nos recordamos de lhes termos ouvido comentar: Quem sim, mas.. São sempre os mesmos. Referindo-se a ministros com vastas carreiras partidárias, por isso mesmo, não conseguiam levar por diante políticas para o povo.
Portanto: se já percebemos que esses analistas são o pau para toda a colher, resta-nos a esperança de que os novos ministros, catalogados de inexperientes, não o sejam.
A ideia de que pode haver gente nova capaz de dar um novo crédito à coisa pública é demasiado entusiasmante para ser morta à nascença pela velha e velha ideia de que a antiguidade é um posto. Por isso, não entendo que se possa negar um tempo de benefício a uma equipa mal governativa que inclui quatro ministros sem filiação em qualquer dos partidos coligados e ostentam credenciais técnicas.
Até ao dia em que percebemos que eles não são nada endendidos naquilo em que nós próprios estamos um pouco informados.
Nuno Costa, 23/12/2011

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O estado do regime

                         
Portugal tem-se mantido na primeira linha das agendas, pública e mediática, porque está verdadeiramente em crise, roça a pré-falência, é um estado dependente da obrigação que os seus parceiros políticos e económicos têm de o ajudar, a troco do pagamento de juros altíssimos que hipotecam o futuro do nossos filhos e netos. Mas, a propósito da Liga Europa, há menos de um mês, quis-se festejar no futebol português uma ideia que não existe: o que se passa aqui é um caso de sucesso, venham aprender com os gestores do futebol como se pode governar o país, quem sabe o Mundo inteiro.
Não é, possível vender o sucesso do futebol aqui, quando o país está a cair ali. Porque não é possível ingenuamente isolar uma parte de todo.
Entretanto, o Mundo avançou, o FC Porto foi coroado, a Liga Europa ficou para trás e a estrutura que aí está, a enquadrar a conjuntura de sonho e esperança das contratações e formação de plantéis-maravilhas, é a do futebol português dos contratos paralelos, onde os dirigentes acenam a profissionais incautos com promessas e artifícios que acabam sempre por desmascará-los na primeira oportunidade.
Quando o dinheiro faltou, estes foram esquecidos e Bartolomeu passou apenas a responder pelos contratos registados oficialmente, tendo sido então confrontado com uma ameaça de greve que os jogadores nunca poderiam fazer... porque continuavam a receber o que era do conhecimento da Liga.
Não é possível continuar a assobiar o hino da alegria afinado, deixando o campo livre a outros para os seus esquemas esquesitos. A final da Liga Europa foi uma linda jornada, juntamente festejada, mas não passa de mais um episódio deste país assimétrico, bipolar, que tem dificuldade em encontrar uma linha de crescimento que a todos permita comer o bolo.
22/12/2011

domingo, 18 de dezembro de 2011

Contratos paralelos no futebol português

                             
A Liga Portuguesa de Futebol Profissional está perante de um problema complicado: a existência de contratos paralelos na relação entre os clubes e os jogadores.
A maior dificuldade para combater uma prática que é genericamente reprovada mas continua a ter adeptos ao mais alto nível é o ponto de partida.
Isto é, formalmente, os contratos que dão entrada na Liga, apesar de não traduzirem a realidade, escondida em contratos adicionais que escapam tanto às instâncias desportivas como aos impostos.
O que acontece é o seguinte: o clube acerta uma verba para retribuir os serviços do jogador e, depois, esse valor é repartido por dois contratos; um dá entrada na Liga e é sujeito às tributações; não é registado ou fica isento de pagamento de impostos, ao abrigo de acordos internacionais para evitar a dupla tributação.
O clube reduz substancialmente a massa salarial e, além disso, sendo esta mais baixa, é menor a hipótese de entrar em incumprimento e sofrer as respetivas consequências de âmbito desportivo ou despromoção.
Os jogadores acabam por receber mais, atendendo a que parte da verba acordada não fica sujeita a descontos.
Como sempre, quando as coisas correm mal. Neste caso, quando há incumprimento dos clubes, a quem compete fazer o pagamento daquilo que, na verdade, é o salário do jogador.
Quando a liquidez da tesouraria falha, os clubes deixam de pagar os contratos paralelos e... nada acontece. E é aqui que os jogadores, que não lidam com isto todos os dias, se apercebem de que prescindiram de direitos ao assinar.
Ou seja, mesmo depois de feita a prova de que a verba faz parte integrante do salário - o que, normalmente até nem é muito difícil, mas acaba sempre por demorar algum tempo em procedimentos burocráticos-, é muitíssimo mais difícil garantir o recebimento do dinheiro que consta no contrato paralelo.
18/12/2011

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Subir ao céu e voltar

                                 
A 16 de Junho de 2009 apresentava-se na Luz o homem que iria devolver o clube à grandeza, referenciada pelo título nacional, principalmente, pela excelência de uma proposta marcada por futebol ofensiva, esmagador, mobilizador das massas e digno da gloriosa história da águia.
Na primeira época a equipa conjugou resultados com futebol de grande qualidade, título nacional mais a Taça da Liga e uma boa presença na Liga Europa; um futebol atraente, de pendor ofensivo, que mobilizou os adeptos e obteve o reconhecimento dos adversários.
Jorge Jesus foi o mentor de uma temporada fantástica. Pôs a equipa a jogar e a vencer; descobriu jogadores e potenciou outros níveis impensáveis; teve sucesso e fomentou riqueza no clube. Para o futebol que exibiu e o impacto que causou, faltou ao Benfica 2009/10 cumprir parâmetros para ser eterno: devia ter sido campeão mais cedo e cometeu oportunidade de conquistar a Europa - a prova de que estava ao alcance.
Com alargado consenso partiu em busca de glória. Teve mais força na construção do plantel.
Quando chegou ao troço decisivo da época, a equipa vinha dezoito jogos consecutivos a ganhar.
Depois de ter subido ao céu, atirado pela levitação coletiva  de quem fez dele um ídolo, voltou à terra. Daqui iniciará a terceira etapa consecutiva como treinador encarnado.
15/12/2011

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Como é possível não partir a louça?

                              
Depois da angústia, os portugueses vieram dar algum apoio ao presidente da República. Ainda que tenham sido muito menos do que ele desejava.
Alguns assustam-se com a palavra obrigatória. Como se em democracia não pudesse existir nada obrigatório, atentar contra a liberdade.
Entretanto, para além da vitória esperada do PSD que cresce, mas não aparece como grande vencedor por ter posto desta vez a fasquia, mas sobre essencialmente um Bloco de Esquerda que ruiu fragorosamente, encolhendo para metade os seus deputados.
Não esperou muito tempo para sair da tribuna do Governo e do palco do PS, com uma elegância da vergonha profissional que apraz registar. Já Francisco Louçã viu-se encolhido numa proporção inimaginável e continuou como se nada fosse.
Vítima da percepção inútil, o líder do Bloco, que tinha subido às nuvens, foi agora devolvido à Terra como uma violência inusitada. Mesmo assim, a sua cabeça continua a pairar acima da realidade e o que estranha é que não haja nenhum bloquista que peça a sua cabeça ou pelo menos parta a louça, como ocorreria seguramente num partido normal.
Louçã foi o grande ilusionista que levou o Bloco e os que penduraram nele a patamares e a locais nunca sonhados. Desfeita a ilusão, pertida a frescura, condenada inexoravelmente a sua juventude, só percebe que continue o líder se for para ser ele a apagar a luz. Porque já não há ninguém capaz à sua volta.
Fica a dúvida de saber se alguma vez houve.
Nuno Costa, 09/12/2011

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Finanças não pagam despesas a inspectores

                             
Há 1811 inspectores tributários, 1100 dos quais prestam serviço no exterior quase diariamente. Deslocam-se em transportes públicos e, na maior parte dos casos, na sua viatura de família para as empresas que visitam para realizar inspecções.
Os inspectores deixaram de contar com o pagamento das ajudas de custo em deslocações e com a comparticipação por km percorrido em viatura própria ou pagamento da deslocação em transporte público.
Mas o atraso no pagamento das ajudas de custo está a afectar apenas os inspectores tributários.
O mesmo se passa com os funcionários afectos à área da justiça tributária, que são quem procede às notificações dos contribuintes com dívidas fiscais e faz o levantamento dos bens susceptíveis de serem penhorados.
Alguns inspectores tributários têm a haver algumas centenas de euros, mas outros possuem créditos de 1000 a 3000 euros junto dos serviços.
Os inspectores sofreram um corte de 20% nas ajudas de custo e de 10% na comparticipação por km percorrido em serviço com a viatura pessoal do funcionário ou em transporte público. Em valores, alta redução significou uma descida de 62,75 euros pata 50,20 euros na diária das ajudas de custo e de 40 para 36 cêntimos por km.
A tudo isto vem ainda somar-se a redução do complemento que os funcionários recebem através do Fundo de Estabilização Tributário.
Como o valor deste resulta da aplicação de uma percentagem do vencimento base, o corte salarial implicou que o montante pago seja mais reduzido.
Perante a falta de pagamento, os inspectores não podem contudo recusar serviço externo.
Nuno Costa, em 07/12/2011 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A falta que o cascalho faz ao cunha

                                     
É perante o declínio acentuado da população de cumbas, que aumenta a necessidade do País investir em medidas de mitigação, que viabilizem retirar a espécie da zona de perigo de extinção nos rios portugueses. A extracção de inertes do Guadiana e Tejo é apontada como o maior obstáculo à sobrevivência deste peixe, que também se tem revelado bastante vulnerável à poluição das águas.
Sem cascalho ao longo dos rios, o cumba vê as horas desovar, durante a Primavera. Apesar de ser um amante das águas calmas, é capaz de enfrentar correntes severamente adversas na época de reprodução, subindo os rios em cardume, saltar mesmo por cima de rochas e atravessar zonas em que o nível de água tem escassos centímetros de altura, ficando à mercê de toda a espécie de predadores. Sobretudo do homem, que facilmente o apanha à mão nos troços de baixo caudal.
A extracção de inertes é ainda mais prejudicial a este barbo devido ao índice de turbidez que provoca na água, representando o risco de asfixia para a espécie já que ficou demonstrado que as guelras do cumba acumulam partículas que podem ditar a sua morte. Isto porque não é a água turva que impede a espécie de se alimentar nas profundezas dos rios, graças aos seus aliados barbilhos sensitivos no maxilar superioro ajudam a procurar alimento no fundos turvos. Por outro lado, esta turbidez pode ter ainda efeitos nefastos sobre os próprios avos, provocando a sua mortandade.
Mas os obstáculos do cumba não terminam por aqui. A agudizar o declínio desta espécie, que pode viver 20 anos, está ainda a poluição proveniente das descargas de efluentes industriais não tratados e da própria agricultura, devido à escorrência de pesticidas e fertilizantes.
Para preservar esta espécie endémica da Península Ibérica, da Natureza e da Biodiversidade, apelo à interdição de extracção de inertes em qualquer época do ano nos locais conhecidos como sendo áreas procuradas pelo cumba para se reproduzir.
Um dos planos aponta mesmo para a recuperação das áreas intervencionadas logo após desactivação da exploração e o reforço que impeça as extracções ilegais. Já os pegos deverão merecer atenções redobradas, perante a relevância na conservação da fauna aquática da bacia do Guadiana.
Nuno Costa, em 05/12/2011

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O povo precisa saber

                                  
Os partidos já exibiram o que têm e disfarçaram o que não podem dar. Os protagonistas colocaram na mesa as cartas que queriam, procurando furtar-se às questões embaraçosas que a crise levanta. Com franqueza ou abrigados no manto da mentira, foram esgrimidos todos os argumentos e contra - argumentos que sustentam as teses em confronto, neste ambiente de depressão colectiva.
O que está em jogo, no essencial, é perceber se os portugueses interiorizaram mesmo a necessidade de romper com um modelo de governação que ajudou a cavar o fosso em que o País se atolou, tendo em conta as circunstâncias em que qualquer Governo será obrigado a operar e que já se encontram irrevogavelmente traçadas pelos estrangeiros que, começaram a colocar cá o dinheiro necessário para o adiamento da bancarrota.
Para desespero de Passos Coelho, a demagogia e o embuste que envolveram Portugal desabaram, sem apelo nem agravo. Agora, é preciso agir depressa e com a competência para tentar evitar a crise em Portugal, a entrar em situação desesperada, se repita connosco. Quem for Governo irá pagar um preço muito alto, daqui a quatro anos, pelo duro e patriótico trabalho que é preciso fazer. Não é, tempo para calculismos e para projectos de popularidade. Há gerações à espera e não perdoarão novos erros nem repetidos disfarces. O caso dos pagamentos extras que a Estradas de Portugal se comprometeu a efectuar por cinco concessões que chegavam a ser chumbadas, pelo Tribunal de Contas.
Surgem indícios de que nova auditoria arrasa o modelo de financiamento adoptado e que processos - crime vêm a caminho.
O povo tem o direito de saber.
Nuno Costa, em 02/12/2011

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Interior da Lua cheio de água

                                        
A Lua era árida, mas no interior deste satélite existe tanta água quanto nas profundezas do planeta Terra.
Agora, de terem encontrado moléculas de água de magma lunar retidas em grânulos de vidro vulcânico, no interior da Lua haja cem vezes mais água do que se suspeitava: são 3,5 mil milhões de litros.
A mais defendida sustenta que a Lua surgiu após a colisão de um enorme asteróide com a Terra.
Os detritos expelidos por este impacto que formaram a Lua há milhões de anos. Porém, este grande impacto teria de ter gerado altas temperaturas, o que entra em conflito com a nova descoberta de água no interior lunar.
Nuno Costa, 01/12/2011

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Rota de colisão com lixo especial ameaça satélites

                                     
O risco de entrada em colapso de telecomunicações, sistemas de segurança científica da Terra é tomado a sério por governos, empresas e agências especiais. Não é para menos: basta um objecto com um a dez centímetros de diâmetro, dos muitos que andam perdidos a orbitar a Terra, para causar graves danos num satélite de comunicações e silenciálo. Tais corpos de pequenas dimensões, os mais difíceis de rastrear, podem atingir velocidades até 50 mil quilómetros por hora.
A reentrada na atmosfera já ocorreu com algumas peças em zonas pouco povoadas. Mas, por normal, tal como  os meteoróides que atrevam a descer, a reentrada na atmosfera provoca a desintegração.
Isto envolve a procura de soluções logo na concepção dos satélites, num momento em que são já dez as potências com capacidade para os colocar em órbita e lançar outros veículos espaciais.
A disrupção que pode ser causada pelo embate de um corpo do tamanho de uma moeda num satélite teria impactos em tudo o que na nossa vida depende das comunicações por essa via, desde os transportes, à saúde, segurança, trabalho ou lazer.
Nuno Costa, em 28/11/2011

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O ataque social

                               
A maior parte das pessoas em Portugal está zangada. Os outros estão assustados e tristes. Neste período, mais do que nunca, é necessário espírito lúcido, cabeça fria, imaginação serena. Tudo isto é incompatível com medo, tristeza e sobretudo raiva.
Razão da fúria é o suposto o ataque ao Estado social. Alegadamente os terríveis neoliberais querem usar a crise para desmantelar os direitos laborais, de saúde, protecção e outros benefícios. Autopromovidos defensores da justiça e solidariedade chegam a proclamar uma guerra santa contra a ameaça. Mas os seus argumentos são falsos, enganadores e perversos.
Todos os portugueses que pretendem um sistema de saúde, segurança social e apoios anexos. O que está em causa é, não matar o sistema, mas fazer-lhe uma dieta.
Num regime de emagrecimento parece sempre passar-se fome, mas por vezes é indispensável.
A única forma de salvar os sistemas de protecção é torná-los financeiramente sustentáveis, defendendo sobretudo os mais pobres e acautelando as receitas que permitem um funcionamento saudável. Porque aqueles que as fazem são precisamente os que criaram a actual situação insustentável. O presente desequilíbrio demonstra, antes de tudo, a enorme incompetência dos responsáveis e agentes que operaram o Estado social nas últimas décadas. Os responsáveis iam apresentando resultados excelentes, que ignoraram as leis básicas da artimética. Apôs décadas de somas desacertadas, acusam-se agora as reformas indispensáveis de matar o Estado social.
A começar pelo primeiro-ministro, que baseia no medo da suposta demolição do Estado social, até aos funcionários que querem manter mecanismos, trava-se uma luta de morte, não à volta dos direitos sociais, mas dos privilégios burocráticos.
A maior parte das pessoas em Portugal está mesmo zangada. Mas há quem esteja a aproveitar-se dessa zanga e da falta de lucidez que ela gera. Podemos até deduzir uma regra geral que vale a pena começar a usar: quando alguém fala de neoliberalismo, é bom proteger a carteira. A maioria dos que nos assustam com o supremo papão pretende apenas defender benesses, obrigando-nos a mais despesas.
Nuno Costa, em 23/11/2011

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A evolução dos dinossauros

                                   
Os saurópodes, os maiores e mais compridos dinossauros que viveram na terra, podem ter desenvolvido os seus enormes pescoços para atrair as fêmeas?
A evolução destes gigantes herbívoros, que andaram na terra durante 140 milhões de anos, acaba de cair por terra.
A teoria mais comum é o longo pescoço destes animais - que podiam chegar aos 30 metros de comprimento e pesar mais de 70 toneladas - com a necessidade de se alimentar melhor e em grandes quantidades. Os saurópodes foram ao longo do tempo desenvolvendo os pescoços cada vez maiores dominar os rivais e assim garantir o acasalamento.
Vivendo em terras secas, a tese que prevaleceu foi o longo pescoço que servia para garantir uma maior quantidade e qualidade de vegetação. Os saurópodes, que tinham pescoço mais compridos, devido a uma mutação casual, teriam mais sucesso no acasalamento.
O comprimento do pescoço era um indicador da sua virilidade, e da capacidade de se defender e proteger os descendentes. Primeiro porque os vestígios fósseis não revelam que os machos teriam pescoço mais longos do que as fêmeas. Por outro lado, não se encontram nos fósseis quaisquer vestígios de que os pescoços fossem usados para lutar, já que não têm marcas de agressão.
Nuno Costa, em 21/11/2011

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Taxas moderadoras vão subir mais nos hospitais do que nos centros

                                     
O aumento das taxas moderadoras e o fim da isenção de pagamento para alguns grupos, em Setembro, vai afastar muitas pessoas dos cuidados de saúde. A revisão substancial das isenções actuais, recorrendo à condição de recursos, e o aumento das taxas moderadoras em determinados serviços. Actualmente, uma urgência no hospital varia entre os 9,60 e os 8,60 euros. Nos centros de saúde o valor é de 3,80 euros.
Um acréscimo que vai afastar as pessoas dos cuidados de saúde.
Se todos pagam por igual ou terão valores diferentes de acordo com os rendimentos.
É com estas medidas do Governo que o povo português estão preocupados.
Nuno Costa, em 18/11/2011

domingo, 13 de novembro de 2011

As abelhas também sofrem de stress

                                   
Cães solitários, aves aprisionadas e roedores encurralados, todos eles, tal como os seres humanos em situações difíceis, sofrem de stress, com todas as emoções negativas. Mas, ao contrário do que poderia pensar-se, esta complexidade emocional não é exclusiva de mamíferos. As abelhas também podem sofrer de stress.
Mas ficarão as abelhas mesmo deprimidas?
O que é possível afirmar que elas se comportam como se estivessem deprimidas e como se vissem mesmo o copo meio vazio.
As abelhas foram primeiro treinadas para a associarem um determinado odor com uma recompensa doce e um outro com o sabor amargo do quinino. A partir daí passaram a demonstrar a maior apetência pela primeira situação. Face ao odor associado ao doce, preparavam-se de imediato para recolher a recompensa.
Um deles foi então violentamente abanado durante um minuto, numa simulação de um ataque por um predador, como poderia ser o caso de um urso, enquanto o outro grupo não sofreu nada.
Depois disso, e face aos odores anteriormente aprendidos as abelhas do grupo que tinha sido agitado, mostraram-se muito mais retraídas do que as outras em recolher a recompensa doce, perante o odor que lhe estava associado.
Ou seja, as abelhas evidenciaram um comportamento de tipo pessimista e de retracção, idêntico ao um ser humano.
Nuno Costa, em 11/13/2011

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Vivemos no país do faz - de - conta

                                              
Depois dos diversos governos andarem anos a desperdiçar o dinheiro dos contribuintes dos portugueses, e a engordar o Estado, prepara-se o actual governo, para voltar a atacar o bolso de todos nós, colocando, mais uma vez, um garrote nos salários, nas pensões, nos benefícios sociais, bem como no aumento de impostos, etc., etc..
Continuarão os trabalhadores e pensionistas portugueses a verem diminuídos os seus salários e pensões e os pobres continuarão a ficar mais pobres. Ou seja, mais uma vez aumentam impostos e reduzem os saláriosÉ caso para perguntarmos aos portugueses, se deparam com uma crise económica/financeira, desta vez considere mais uma catástofe. É o caos e é a crise que os mais pobres vão ter que sofrer e pagar! Não existem metas nem horizontes planeados a médio e a longo prazo.
Nuno Costa, em 11/07/2011

domingo, 6 de novembro de 2011

A estrela universal que veio de África

                                               
Eusébio da Silva Ferreira nasceu em Lourenço Marques (Moçambique), filial dos leões de Alvalade. Cedo despertou o interesse dos rivais de Lisboa e em Dezembro de 1960, contava ainda 17 anos, aterrou em Portugal, mas para representar o Benfica. Chegou envolto em grande segredo (nome de código: Ruth), após a polémica da transferência, pois o Sporting havia chegado a acordo com o clube moçambicano. A estreia oficial na Luz aconteceu apenas a 28 de Maio de 1961 e o embaraço da transferência fez com que não participasse na edição da Taça dos Campeões ganha nesse ano.
Eusébio tornou-se essencial na conquista de vários títulos e foi o herói em muitas partidas. Em 1964 tinha ganho fama e respeito na Europa e a Juventus apresentou uma proposta ao Benfica - milionária na altura (16 mil contos) - para contratar o temível goleador.
Mas a ida para o clube transalpino não chegou a concretizar-se porque Salazar, chefe do Governo, considerou-o «Património do Estado» e inviabilizou o negócio.
Sempre no coração dos adeptos, 17 anos mais tarde, na comemoração do seu 50.º aniversário, teve direito a uma estátua de homenagem em frente ao antigo Estádio da Luz. Recebeu da FIFA a, nomeação para um dos dez maiores jogadores do último século.
06/11/2011 

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Um quinto dos portugueses está em risco de pobreza

                              
Cerca de (20%) da população portuguesa encontravam-se em risco de pobreza, auferindo um rendimento por indivíduo inferior a 3 589 euros, ou seja 300 euros por mês.
Do universo desta população em risco de pobreza, uma fatia de (75%) já estava nessa situação nos dois ou três anos anteriores. Dessa forma cerca de (15%) da população portuguesa têm um risco de pobreza persistente. No conjunto dos Quinze cerca de (9%), ou três quintos, da população encontravam-se nestas condições.
Em Potugal, as famílias com maiores rendimentos recebiam mais de (6,5%) do que as famílias com remunerações inferiores, contra (6,4%).
Para além disso, Portugal detém a taxa de desigualdade mais elevada da distribuição do rendimento de (37%), quando comparado com os parceiro comunitários.
Nuno Costa, em 31/10/2011

terça-feira, 11 de outubro de 2011

"Zé do Boné" voltou às Antas em 1975

                                        
As portas das Antas voltaram a abrir-se para José Maria Pedroto, vulgarmente conhecido po Zé do Boné, a 21 de Março de 1975. Icone do clube, apoiado por Jorge Nuno Pinto da Costa, Pôncio Monteiro e Artur Santos Silva, Pedroto foi erguendo a pronúncia do norte. E a ideia de que o Porto, clube e cidade, é uma naçom foi crescendo.
Não espanta, assim, em 1974/75, para a Taça UEFA, recebendo o Wolverhampton, os portistas vencessem por 3 - 0 ao intervalo, com uma frente atacante constituída por Flávio, Gomes - ainda em início da carreira - e Cubilhas - que deixou a defesa inglesa à beira de um ataque de nervos.
A década prosseguiria com destaque para um FC Porto - Dundee United 1975/76, propiciando a Oliveira, dos melhores em campo, exibição prenunciadora da categoria de um dos mais ilustres futebolistas de sempre. Notável como fintava e progredia.
Nas Antas o FC Porto apresentou-se mais técnico e esclarecido.
Um senão: adepto de futebol na retranca, poderia hipotecar a passagem, dado o tom aguerrido do adversário. Segurar o resultado desagradou a Seninho, tábua de salvação desta contenda, que assinalou pela terceira vez em 14 temporadas de competições europeias a ida aos oitavos - de -final.
E, a encerrar a temporada, na antecâmara do fecho da maratona, abra de 45 mil contos, FC Porto - Hamburgo. Os alemães, demolidores e calculistas, eram fortes candidatos à Taça UEFA. Mas nem tudo foram rosas para os germânicos. Foi a arbitragem escandalosa que catapultou o Hamburgo para o limbo dos vencedores.
11/10/2011

sábado, 8 de outubro de 2011

Portugal surpreende no Europeu de 1984

                                 
Na fase de qualificação para o Europeu de 1984, a realizar em França, Portugal ficou integrado no grupo 2, a Finlândia e a Polónia. A comandar a selecção portuguesa estava, nesta fase, o treinador brasileiro Otto Glória - substituído, mais tarde, por uma comissão técnica chefiada por Fernando Cabrita.
O técnico brasileiro encontrou, no entanto, uma equipa fragilizada pela ausência de grandes competições e pelas guerrilhas internas entre os clubes do Norte e do Sul - nomeadamente o FC Porto e o Benfica. No início da década de 80 brilhava na selecção a equipa - de - ouro do Benfica, constituída por Bento, Pietra, Humberto Coelho, Bastos Lopes, Alves, Shéu, Carlos Manuel, Chalana, Veloso e Nené, são alguns jogadores do FC Porto, como Inácio, João Pinto, Franco, Eurico, Jaime Pacheco, Gomes e Sousa.
Mas o brilho das estrelas portuguesas perdeu força ao terceiro jogo da fase de apuramento com uma derrota, por 5-0. O desaire seguinte - uma derrota, por 4-0, frente ao Brasil num jogo particular - apressou a saída de Otto Glória.
No jogo de apuramento com a Finlândia, em Alvalade, o novo treinador - Fernando Cabrita - estreou Paulo Futre. Nesta partida, os portugueses atenuaram a má imagem e bateram os finlandeses por 5-0. A final do grupo 2 foi disputada a 13 de Novembro de 1983 entre Portugal. Portugal venceu por 1-0 e ficou apurado para a fase final do Euro 1984.
08/10/2011

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Pedroto: uma das glórias do FC Porto

                                 
Na galeria das maiores glórias da história do FC Porto, um dos nomes sempre referenciados, e mais acarinhados, é o de José Maria Pedroto (1928-1985). Esteve ligado aos momentos mais brilhantes do clube portuense, primeiro como jogador e depois como treinador, tornando-se uma importante figura do futebol português.
Controverso, colocou o FC Porto, a Invicta e o Norte no mapa do futebol lusitano, dominado por Lisboa, assumindo a guerra Norte-Sul. Começou a jogar como avançado, mas transformou-se rapidamente num dos melhores médios da sua geração, chegando a representar a selecção por 17 vezes. Terminada a carreira de futebolista, passou a treinador dos juniores, sendo campeão europeu em 1961.
Algum tempo depois, entre Abril de 1974 e Dezembro de 1976, tornou-se técnico da formação principal, comandando a renovada equipa na fase de qualificação para o Euro de 76. Como técnico principal cumpriu uma trajectória de sucesso que o levou de regresso às Antas. Após périplo bem sucedido pelo Setúbal e pelo Boavista, sagrou-se finalmente campeão pelos dragões - 19 anos depois do último título azul e branco. Afastado por Américo de Sá (ex-dirigente do FC Porto), naquele que ficou conhecido como o Verão Quente de 1980, José Maria Pedroto retornaria pela terceira, e última vez, ao clube portuense pela mão de Jorge Nuno Pinto da Costa. Nesse período viu a equipa na final da Taça das Taças, em 1984, apesar de só ter orientado a formação azul e branca até aos quartos-de-final. Razão: a doença grave (cancro) que haveria de lhe causar a morte um ano mais tarde.
04/10/2011

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Uma faca de dois gumes

                               
O desemprego, é dilatador de tensões, veio para ficar.
Demorará anos até a taxa de desemprego, colocada acima dos (6,0%), retomar a trajectória descendente, até aos cómodos (3,0%) - (4,0%).
A degradação do nível de vida, com a inflação a marcar penalidades no poder de compra, com um histórico de baixos salários e aumento de impostos, retirará patamares de auto-estima dos portugueses. Para nós, da pior forma, com consequências socias imprevisíveis. Essa bomba relógio de uma potência de 70 mil emigrantes, com o desemprego a servir de detonador, poderá estourar na hora menos conveniente. A nossa economia, aceita-se ou não, é baseada em baixos salários. Este ambiente do desemprego - tristeza é uma faca de dois gumes. Mas também costuma a ser o saco onde são despejadas as amarguras da vida. Enfim, veremos o que acontecerá.
Nuno Costa, em 03/10/2011

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Do que é que as pessoas têm mais receio?

                                       
O que é que nos mete medo?
A guerra, as doenças, o terrorismo, a poluição, os acidentes, os nitrofuramos, os sismos?... Até parece que as ameaças aumentam e se concretizam ao virar de cada esquina.
Não vivemos num mundo maravilhoso - a pneumonia atípica está aí para provar novas ameaças espreitam - mas a qualidade de vida aumentou.
Afinal, do que é que temos medo?
Mas diante de uma prateleira de carne tememos que esteja contaminada com BSE ou o frango repleto de nitrofuranos e não hesitamos em bani-los do prato se as manchetes se trouxerem à luz do dia que desconhecíamos.
Em segundo, sentimos um temor acrescido pelos riscos invisíveis.
Normalmente, a este tipo de fenómenos desconhecidos e invisíveis, associa-se a incerteza científica.
Ao contrário, aquilo que está cientificamente assente como perigoso, nocivo ou fatal, tende a ser desvalorizado. As campanhas contra o tabaco, de segurança rodoviária, ou de prevenção contra as doenças cardiovasculares passam muitas vezes despercebidas ou são ignoradas.
Entre os receios desadequados à realidade e a desvalorização é de facto um risco, o certo é que continuamos a viver.
Nuno Costa, em 29/09/2011

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A geração traída

                                       
Em plena crise, numa jangada que mete água por todos os lados, inseguros e aflitos, que podemos querer? Com certeza, alguém que resgata um país desorientado pessimamente orientado. Sem dúvida, precisamos de quem rejeita o sistema que distribuiu pseudo-cursos, pseudotítulos, estatísticas, sacrificou a qualidade à quantidade, interessado apenas no que servisse os seus interesses mercantis. Sem dúvida, urge uma nova geração ainda impoluta - ainda não anquilosada ou castrada do espírito.
Bem se queixará de a termos ignorado a juventude em que esperamos. A juventude que consciencializa, diante do espectro do não - futuro, o crime perpetrado por nós: o estrangulamento sistemático dos sonhos juvenis.
O que resultará desse imbróglio que é necessitar o nosso futuro de uma juventude que traímos e a qual escamoteámos o direito ao... futuro?
Nuno Costa, em 09/26/2011