terça-feira, 31 de maio de 2011

A redução dos vencimentos

                                                  
Foi anunciada pelo Governo a redução dos vencimentos e dos salários até 10% e o aumento em 1% dos descontos dos funcionários públicos. Segundo a análise dos economistas, a primeira medida assegura uma diminuição imediata das despesas públicas em 800 milhões de euros e a segunda implicará um aumento estimado das receitas públicas em 140 milhões de euros. Políticos, economistas e opinadores vários têm sublinhado a inevitabilidade das tais medidas draconianas face à crise económico - financeiro e justificam por estar em causa o superior interesse nacional.
Ninguém de bom senso põe em causa a necessidade de diminuir a despesa e de aumentar a receita pública em Portugal. Porém, isso não pode ser realizado contra a lei, incluindo a própria Constituição da República vigente. Perante a emergência da situação, poucos terão sido aqueles que analisaram previamente a legalidade da redução dos vencimentos da Função Pública.
Aliás, como se compreende o retrocesso governamental verificado no anúncio da proibição de acumulação de reformas e de pensões, também claramente ilegal, e se mantém a redução de quem aufere apenas o vencimento?
A prentendida redução dos vencimentos e dos salários compromete tais legítimas expectativas jurídicas e financeiras de forma violenta e flagrante e suscita temores justificados em redução ao futuro.
Nuno Costa, em 31/5/2011

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Arte de efémero

                                     
Na sociedade mediática em que vivemos, a acção política alimenta-se do acontecimento, é cuidadosamente encendo. Esta representação do poder nos média, por vezes caracterizada por uma teatralidade excessiva, estave mais uma vez presente na escolha do palco, nos tempos da entrada em cena, nas marcações no espaço cénico.
Primeiro, de um lado do corredor da Assembleia da República, chegou a delegação do Governo, que se fechou num gabinete. Porém, os partidos em jogo queriam, cada um deles, recolher os louros desse entendimento produzido como quase mágico, fruto de uma racionalidade apresentada como única e inultrapassável, tendo em conta o futuro de Portugal e dos portugueses. Ninguém terá pensado que o poder como representação é, também, a arte do efémero. Esperemos, que outros acontecimentos e os novos protagonistas virão ao pequeno ecrã. Não por ser rico e famoso e substantivar uma mobilidade social ascendente notável. Afinal, também, uma efémera representação do Poder; pelo menos, no que à primeira República no que diz respeito.
Nuno Costa, em 30/5/2011

sábado, 28 de maio de 2011

Afinal não acalmaram

                                         
                                    
De facto, na sessão de Catroga e Teixeira dos Santos terem, passado a receitas, estavam a pedir um juro de (5,952%) para comprar dívida portuguesa a 10 anos; com a divulgação  da fotografia do telemóvel de Catroga, parecem ter  ficado ainda mais nervosos, passando a exigir (6,092%). E o mesmo sucedeu com a divida publica a 5 e a 2 anos, mal foi conhecido o acordo PS e PSD, subiram de, respectivamente, (4,638%) para (4,806%) e (3,252%) para (3,329%). 
Assim, suspeitarão justificadamente que o acordo não é para cumprir o que aconteceu como sempre acontece em Portugal, a acontecer.
Teixeira dos Santos ja vai responsabilizando o PSD por tal inevitabilidade , acusando-o, com as suas exigências,   de ter aberto um buraco de 500 milhões.
Passos Coelho, por sua vez, vai anunciando, de olho em Sócrates, "o pior ainda esta para vir".
Em Portugal, a culpa nunca é do próprio mas do sócio.
Nuno Costa, em 28/05/2011

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Portugal não sairá do abismo num futuro próximo

                                  
Portugal está doente, para não dizer que está a soro, sem rumo e sem saída para esta doença profunda. Os impostos sempre a subir, cada vez mais desempregados, os combustíveis mais caros que o ouro, não podemos sair de casa para onde nos deslocamos que estamos a pagar. E depois vêm alguns génios, que dizem os economistas, dizem aos portugueses que têm de poupar mais! Estes srs. devem viver num mundo da lua, não devem saber o que é a vida, pois para eles o dinheiro cai do céu. Com estas políticas e com estes políticos, que têm vindo governando, Portugal, a começar com Cavaco Silva, António Guterres, o "desertor" Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates, e sem esquecer os ministros e secretários de Estado que os acompanharam ao longo do tempo, Portugal foi caindo no abismo, que não sai de lá num futuro próximo, para não dizer décadas...
Nuno Costa, em 27/5/2011

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Vícios privados culpas públicas

                                  
O à-vontade do ministro das Finanças continua, na situação de emergência financeira em que o país se encontra, a dispor do dinheiro dos contribuintes e dos sacrifícios dos portugueses mais vulneráveis não tem, pelos vistos, limites. Isto depois do mesmo Estado de ter enterrado milhões e endividado os juros usurários em benefício dos bancos, que intermediaram a dívida pública com dinheiro obtido a (1%) e emprestado ao Estado a (7,8%) e (9%).
De facto, a dívida pública portuguesa corresponde a (97,3%) do inferior à dos países como a da Irlanda (107%), Grécia (150,2%), Bélgica (100,5%) ou Itália (120,2%). Mesmo da França e da Alemanha andam , respectivamente, pelos (86,8%) e (75,9%).
Já a dívida privada, de pouco se fala e os principais fatias são da Banca e do imobiliário, é de (220%) do PIB! É essa dívida que a Comissão Administrativa do FMI, vem agora cobrar aos pobres, pensionistas e desempregados.
Nuno Costa, em 26/5/2011

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Cultura da mentira

                                            
José Sócrates é o principal conclusão que se retira desta novela negocial em torno do Orçamento. Continuando, Sócrates acabara de anunciar medidas como a taxa do IVA nos 23%; corte de 5% nos salários dos funcionários públicos; congelamento de pensões; fim do abono de família; aumento encapotado do IRS, penalizando as deduções fiscais. Foi destapada os termos do acordo entre o PS e o PSD.
Sim, não é engano, o evento é em 2012, mas a tarefa peolonga-se até 2015. Vai ser preciso um trabalho esforçado, mas três anos deverão ser suficientes para arrumar as cadeiras, limpar os cenário e arquivar as papeladas.
Mete-se uma crise pelo meio, com pacotes de auteridade, recessão e desemprego, mas tudo continua como dantes. Até que alguém dá com a língua nos dentes, apontando um suposto escândalo. Ainda assim, recomenda que a situação seja repensada.
Nuno Costa, em 23/5/2011

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Promiscuidade entre políticos e negócios

                                   
São aqueles que sentem indignação pelas arbitrariedades a que estamos sujeitos todos os dias, sem perspectiva para um futuro com mais qualidade, a pensar nos filhos e netos, as pessoas vivem amarguradas com uma asfixia progressiva resultado das más práticas desta governação descontrolada e insolucionavel! Vergonhosas as noticias sobre a promiscuidade entre os políticos e os negócios, com os mesmos hipocritamente a desmentirem o que mais tarde se comprava, haver alguma verdade nas suspeitas.
Diz o provérbio "quando as coisas nascem tortas, tarde ou nunca se indireitam". Ironicamente começa por termos um PM a quem levantaram suspeitas pela sua verdadeira formação académica, mais tarde suspeitas de favorecimento no caso Freeport, agora suspeitas de conhuio, resultados das escutas do caso Face Oculta... Põe-se em causa a justiça, dizem que está polítizada..., jamais foi preso algum político ou pessoa influente em casos similares. Falham sempre nas previsões e depois desculpam-se com os mercados financeiros, etc., etc.. Não restam dúvidas, só com pessoas competentes à frente deste governo ou outro é que nos salvamos. Caso contrário vai haver mais fome, mais assaltos, concretamente mais insegurança, lamentavelmente, só para os mais desprotegidos... Com todos estes exemplos somos obrigados a pensar que vivemos no país do faz-de-conta...
Nuno Costa, em 20/5/2011

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O Céu ou inferno

                                     
Deus, nas suas infinitas sabedoria e misericórdia, evitou os extremismos: admitiu a existência de um Purgatório, entre o Céu e o Inferno.
Já os homens, e em particular os do futebol, viram a cara desse treinador do lugar intermédio entre o cenário da felicidade absoluta e a condenação à mais crua das expiações. Jorge Jesus ganhou a sua segunda Taça da Liga, em chegar a umas meias-finais europeias, não perdeu as condições dramáticas ao acesso à final da Taça de Portugal, dotou a equipa de uma capacidade invulgar para dar espetáculo e mobilizar os adeptos. Mas, por tudo o que fez, pelo câmbio de mentalidade, pela atitude competitiva, merece a continuidade?
À distância de seis ou sete jogos do final da época - e a presença no setimo pode valer o polegar ao alto ou a condenação em praça pública - merece a terceira época. O Benfica tem três partidas para fazer é por isso. Se matar o fantasma, pode lá chegar. Até há adeptos portistas, pela maré, já se apresentam como melhor equipa europeia da atualidade.
19/5/2011

O Estado do pisca-pisca

                                        
O pensamento único não é uma coisa fixa, sempre com a mesma formolação: pode até ter manifestações contraditório e contém o mesmo sortilégio lúdico do sabonete que tentamos apanhar no fundo da banheira: quando o julgamos agarra-lo e lá fugiu.
O pensamento único, afinal, é assim: tudo pode ser o que é ou o seu contrário - desde que o resultado final seja não mudar o que está. Ora, até agora, não havia político que, estando no estrangeiro, não recusasse pronunciar-se sobre a situação em Portugal, nomeadamente sobre divergências internas - em nome do sentido do Estado. Falta de sentido do Estado é dizer-lhes que há uma entidade única com quem devem dialogar - o Governo, bem ou mal, é a única entidade legitimada pelo voto popular. O Estado é uma entidade pisca-pisca, ora existe, ora não, ao serviço do que for preciso fazer segundo as imposições do pensamento único. Apesar de tudo ainda não é já que adiro ao pensamento único.
Nuno Costa, em 19/5/2011

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Os negócios de militares

                                  
O mar português, com a sua importância económica, é uma dessas razões, desde logo, implicam a disponibilidade para invertir de forma racional em equipamentos.
Não há, portanto, grande espaço para discutir se devemos ter ou não ter Forças Armadas. O que não se compreende os sucessivos desastres financeiros dos negócios dos militares representam entre nós. Não é admissivel manter um regime de opacidade tal nestes negócios, com as suas chorudas comissões a transitar de paraíso fiscal em paraíso fiscal, que nos coloca na condição de compradores burlados. Os submarinos, mal chegam, vão para o estaleiro. Os carros de combate ou chegam às pinguinhas ou vêm cheios de defeitos. As contrapartidas para as empresas portuguesas são uma verdadeira fraude, assinada e carimbada pelo Governo e pelo Parlamento. Não terá chegado a tempo de acabar com este regabofe?
Nuno Costa, em 18/5/2011    

O Sócrates é o buraco e o Passos Coelho é o espelho

                                  
É penoso ver Portugal a ser governado de fora. Cada passo daquela gente é mais uma pedra que retira do edifício da independência nacional. O estado de degradação das contas públicas entregou os portugueses nas mãos do FMI e dos nossos parceiros europeus, o dinheiro que necessitamos para saldar as dívidas, nos ditar as regras para a arrumação da casa. Os números de ilusionismo de José Sócrates, a sua máquina da propaganda potenciou, no fim-de-semana passado, não demonstrou nenhuma eficácia, reduziram o pó de todos os avisos. Os portugueses estão a pagar caro o facto de terem deixado enganar por promessas inconsequentes e discursos cheios que não valeram de nada.
Arrepia estas situação é de tal maneira grave que há organismo do Estado, como forças policiais, que nem dinheiro têm para pagar salários, preferem reter os descontos que os agentes fazem para o IRS e a Segurança Social a privá-los do dinheiro de que necessitam para garantir o seu sustento e o das famílias. O Estado permite-se assim ser o primeiro a violar a lei. Pelas mesmas opções, ou por muito menos, já houve empresários que foram parar à cadeia.
Andaram a apregoar a Portugal que tinha dinheiro, afinal, é o que se vê. A verdade sobre a penúria nacional começa a surgir, aos magotes, ainda antes de o FMI divulgar o diagnóstico real da situação. É o descalabro, com buracos atrás de buracos. O primeiro-ministro e a sua equipa ministerial, em particular o das Finanças, com Teixeira dos Santos à cabeça, não conseguiram o impensável. Neste panorama terrível, reina a incerteza quando ao resultado das eleições. Passos Coelho segue mais uma vez à frente nas sondagens mas já percebeu que ainda não logrou unir o PSD à sua volta de formar inequívoca. A fogueira das vaidades laranja é uma trituradora implacável. A recusa dos seus antecessores na liderança em acompanhá-lo na corrida ao Parlamento demonstra que não são só as finanças nacionais a reclamar mudança urgente. A política necessita, também, de uma limpeza. Este sarilho é um bom espelho das nossas elites.
Nuno Costa, em 18/5/2011

terça-feira, 17 de maio de 2011

A nossa velha crise

                                         
Há por aí quem rejubile com a descoberta das dívidas soberanas estão nos bastidores da crise dos juros. Descobrem agora que está na voracidade dos interesses especulativos que dominam tais agências da origem das sucessivas crises financeiras. Ora, isso é mais ou menos a metáfora do ovo e da galinha. A nossa crisse está numa economia pouca competitiva e dominada por meia dúzia de gigantes que labutam em mercados protegidos por monopólios ou por concessões e investimentos que dependem da luz verde política. A nossa crise está num sistema partidário fraco à face ao poder financeiro, traduzido em governos sem rasgo, sem projecto e sem estratégia que não seja a navegação à vista e a respectiva gestão dos ciclos eleitorais. A nossa crise depende de um ministro das Finanças que não soube ser inflexível quando mais era necessário ou de outros que não souberam arrumar as contas públicas em tempo das vacas gordas. A nossa crise é velha e não é impulsionada por factores externos. Ela está ca dentro e, em parte, somos nós todos.
Nuno Costa, em 17/5/2011

O reino de José Águas e Eusébio

                                 
São os dois maiores goleadores do Bengica, africanos de gerações diferentes que marcaram a sociedade nacional nos anos 50 e 60. José Águas e Eusébio, que ainda foram a tempo de repartir os balneários e ser cúmplices nos revados, chegaram juntos ao topo da Europa, numa altura em que o capitão se despedia aos poucos e o Pantera Negra dava cimento universal. Diz-nos a história o clássico entre as águias e dragões foi sempre um momento solene para o futebol e até para o país, movimentou paixões, revelou artistas, é um espetáculo; muito mais do que uma atividade supérflua, é um dos grandes fenómenos sociais dos nossos dias.
A seguir à dupla vem Julinho, estrela dos anos 40, apontou 9 golos, 5 dos quais na tarde inacreditável o Benfica bateu o F.C. Porto por 12-2. Foi assim um Benfica muito forte e poderoso.
17/5/2011

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A política não é a arte de fazer das pessoas estúpidas

                                    
Todos os maus prenúncios que exprimi na semana passada acrerca do congresso socristas que deixou os portugueses de boca aberta o mal dizer das palavras de tanto gastar a saliva para nada.
Não surgiu uma só voz que ousasse asumir tonalidades próprias de alguma diversidade ou fruísse de um pingo de pruralidade - pelo contrário. Tudo se abreviou nos exíguos limites da voz do chefe, pornograficamente antecipada por encómios inenarráveis dos muitos louvaminheiros de serviço. No discurso de Sócrates alguns estavão na arte de dormir com aquele pragatório de longo prazo e também abriam a boca.
A taxa de poupança logra valores insignificantes e os portugueses regressam à sua sina colectiva de sempre: a emigração em barba, abalando para outras paragens mais bem governadas e decentes.
O governo de Sócrates, talvez o mais incompetentes do último século e meio, não conseguiu resultados ímpares - não há um só sector da sociedade portuguesa que não tenha conhecido as piores melhorias permanentes e quase tudo ficou muito pior nos últimos seis anos.
Já não estamos em posição de negociar o que quer que seja e de impor a nossa vontade em matérias em que esta teria de ser determinante.
Pior: aqueles que neciamente nos naufragaram ainda vão ser os principais negociadores do resgate.
Nem podia quedar como mero espectador da desgraça.
Nuno Costa, em 16/5/2011

Para que serve o FMI?

                                    
Nas próximas semanas vamos ouvir falar até à exaustão das importantes negociações que vamos ter com o Fundo Monetário Internacional, com o Banco Central Europeu e com a Comissão Europeia. Porém, como todos sabemos, os nossos contactos com o FMI e com as restantes instituições não ficarão por aqui. Afinal, eles têm todo o interesse em que o dinheiro lhes seja devolvido a tempo e horas.
Se as dívidas são demasiado elevadas, as famílias tentarão primeiro  arranjar melhores e mais empregos para ser se conseguem obter mais rendimentos para pagar as suas dívidas. Se tal não for possível, ou as dívidas forem demasiado grandes, as famílias tentarão recorrer a mais créditos para pagar as dívidas existentes. Nessa altura, se o endividamento for demasiado grande, os bancos só emprestarão a taxa mais elevadas ou podem recusar-se a emprestar mais dinheiro.
A diferença é os países não costumam ser invadidos se não pagarem as suas dívidas, enquanto as famílias e as empresas podem ser sujeitas a mecanismos de coacção judicial. No fundo, o FMI é uma espécie de banco de última instância que empresta dinheiro aos países que já não conseguem crédito de mais ninguém. O FMI fá-lo mas com condições que por vezes são muito severas para os países que pedem ajuda. Porque o FMI quer recuperar o dinheiro emprestado e, para isso, pretende que as dívidas dos países que sejam abatidos e o crescimento económico seja reatado. As condições impoetas são uma maneira de o FMI garantir que os países recuperem para que possam, o mais brevemente possível, pagar o dinheiro que pediram emprestado.
Na próxima semana veremos quais são as reformas e as condições que habitualmente são impostas pelo FMI.
Nuno Costa, em 16/5/2011

quarta-feira, 11 de maio de 2011

O Hábito e o Monge

                                    
Rezam as crónicas nas inaugurações que tem feito o primeiro-ministro tem que aver tambores e gaitas de foles, enquanto os ranchos folclóricos dançavam. Um país que caninha para a ruína enquanto vai com os amigos a cantar e a dançar tão entusiasticamente que se esquecem do desgraçado defundo.
O Governo promove a festa, enquanto no Terreiro do Paço os técnicos do FMI, do BCE a da Comissão Europeia enquanto apanham as canas. Esta é a história, pelo menos é uma história recente, deste Governo. Está em choque permanente com os factos. Criou e alimentou uma ilusão, vendo-a como se fosse a verdade e faz dela a bandeira com que nos entraga aos credores. Por este andar o novo de austeridade que nos vai ser imposto será assinado ao som dos tambores e gaitas de foles, com ranchos folclóricos a dançar em frente a S. Bento. A ser verdade, e acredito que é, o quadro fica completo.
Acredito que os homens devem estar um bocado baralhados.
Julgavam que eles vinham para um país em crise e saiu-lhes uma festança, com tambores e gaitas de foles.
Uma classe política em permanente balbúrdia e o país a viver alegremente a crédito. Era suposto que o pedido de ajuda externa viesse alterar este estado de coisas. No nosso caso, ao contrário do que diz o ditado, o hábito faz mesmo o monge.
E é assim que nos encaminhamos para uma eleições em que se vai discutir tudo, menos o que é essencial. Em que a demagogia tomará o lugar da verdade. O poder, o verdadeiro poder, não irá a votos. Quem vai mandar, quem já está a mandar, não vive ao som dos tambores e gaitas de foles.
Nuno Casta, em 11/5/2011

Querem a verdade?

                                
O mais dramático é que chegámos aqui não por um acaso, mas por uma tendência perfeitamente clara e definida.
Na década 80 - 90, a descida continuou: (3,2%). Entre 1990 e 2000, novo abrandamento: (2,7%). E entre 2000 e 2009 o crescimento médio reduziu-se a uns pindéricos (0,7%). E entre 2011 e 2016 seremos o país com o crescimento mais lento do mundo, com apenas (0,4%) em média. E com estas texas de crescimento, será muitíssimo mais difícil - senão quase impossível - resolver os desequilíbrio macroeconómicos.
Vai provavelmente ultrapassar os (15%). Depois da imposição de um teto máximo, vão ser meramente simbólicas em dez anos.
Vamos pagar cada vez mais pelos medicamentos, mais pelas taxas moderadoras. Com isto, os indicadores sociais (natalidade, mortalidade, esperança de vida) vão degradar-se e redredir. As cidades vão estar menos bem cuidadas. A insegurança e a violência vão crescer. Haverá um sentimento generalizado da derrota e desistência. E ninguêm ganha eleições a expô-la nua e crua na praça pública.
Nuno Costa, 11/5/2011

terça-feira, 10 de maio de 2011

Luta na lama

                                  
Um candidato de esquerda que tinha ido ao mercado do Bolhão viu-se negro com aquelas pessoas, sem nada ter feito, envolvido numa cena de insultos e se retirou com a dignidade possível, sem entrar na querela. Qualquer proposta alternativa ou diferente da cartilha do PS é, para a direção socialista, um ataque e uma desgraça para a pátria.
Esta tática da luto na lama, em que todos saem mal, não são inocentes. Esta ideia a responsabilidade que o primeiro-ministro teve na atual situação, o que neste momento não é o essencial.
É verdade que estamos na dolorosa hora de pagar o mal que fizeram ao nosso país. Mas é bom que sejam transparentes das razões do nosso sacrifício.
É neste ponto cruciais que pode haver perspetivas diferentes: a quem vamos agora pedir sacrifícios?
Como se irá conduzir o país para além desses sacrifícios?
Por muito que se espalhe a lama, nem todos são iguais.
Nuno Costa, 10/5/2011

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sem ilusões

                                        

               Sócrates faz rasgados elogios a Ferreira Leite
Depois de ter deliberadamente provocado uma crise política, Sócrates apresentou-se ao País com o discurso do «eu ou o caos». Humilhou o Presidente da República e o Parlamento, gozou com o PSD e ignorou, olimpicamente, a restante oposição.
Se, ao contrário do que diz, o primeiro-ministro se quisesse evitar uma crise política, já teria feito justamente um inverso do que fez. Neste momento, já não somos senhores do nosso destino colectivo.
Sem meios, foram capazes de mobilizar todas as gerações, todos os credos ideológicos e diferentes classes sociais.
Sem medo, resistiram aos anátemas que lhes foram sendo lançados por muitas sectores do sistema político-mediático, que detesta os intrusos, quando estes escapam aos quadros mentais em que costumam encaixar os seus cenários. Mais do que mostrarem estar contra o Governo ou contra do que quer que seja, os jovens provaram que há por aí muito boa energia à solta, reclamar, com naturalidade, ser parte de uma solução dos problemas que nos afetam a todos enquanto ao povo.
Precisamos de umas soluções e não de jodadas políticas traçadas pela régua e pelo esquadro.
A política tem o seu tom de artístico, na medida em que os seus protagonistas são capazes de nos despertar sentimentos tão avassaladores quanto ao desempenho dos verdadeiros atores, numa peça genial.
Nuno Costa, 9/5/2011

Dragão dança a mesma valsa que animou Viena

                                     
A mesma que dançou a valsa em Viena, venceu o Bayern Munique (2-1) e sagrou-se campeã europeia. Afinal, o que têm em comum? "As equipas só estão ao mesmo nível quando ganham. Mas esta é extraordinária, convence e tem a mesma consistência colectiva da minha, embora possua características diferentes".
Há um pormenor que afasta este dragão do que brilhou há quase 24 anos. Mas este F.C. Porto tacticamente é o mais equilibrado, porque tem jogadores que jogam em posse, trocam bem a bola à procura dos espaços, no tempo antigo tinham bons jogadores diferentes, que transportavam mais a bola". Pinto da Costa é um grande líder, conhece bem o clube e sabe aquilo que ás vezes sabe dizer até porque alimenta o desejo de conseguir mais um troféu europeu".
Em 1987, na caminhada até à final da Taça dos Campeões Europeus, tinha um extremo que sabia cruzar com precisão. Esta equipa tem o mesmo estilo e altura à Porto, um jogo bonito e cria grandes oportunidades de golo". Por isso, está muito perto da final da Liga Europa.
9/5/2011

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Nasceu da necessidade de um partido

                                         
Nasceu da necessidade dos partidos exibirem uma imagem de abertura, resposta de acusação de fechamento. Atraíram genuínos indepedentes-não aqueles cujo o grau de independência se mede pela dimensão sararial do cargo público a que acederam. Pior: as iniciativas instrumentais para os partidos que as promovem, sem verdadeiramente tencionarem aproveitar dali propostas ou pessoas.
Entre os mais destacados candidatos dos partidos às eleições, na figura a personalidade extraída desse fórum. Foram escolhidos os mesmos de sempre-ou quase garantem fidelidade e têm provas dadas como guardiões do tempo.
Por estes dias, também o PSD se dedica ao mesmo jogo. Sucede que, em pouco tempo, evoluiu de laboratório de ideias para produtor de balões de ensaio.
O movimento atirou para o espaço público a ideia de panalizar as reformas de quem usufrui, em alguns momentos da sua vida, de subsídio de desemprego e o PSD, perante a maré de reacções adversas, não tratou de tirar o cavalo da chuva. O PSD não é pai de uma criatura; é padrasto.
Os independentes, olhados de soslaio pelos dirigentes partidários, acabam assim por servir apenas de flor na lapela.
Mobilizados para compor o ramo, são dispensados quando perdem utilidade eleitoral.
Nuno Costa, em 6/5/2011

O silêncio de Jesus

                                                          
O julgamento de Jesus e o julgamento de Sócrates são os dois fundadores da nossa civilização. Curiosamente, acabaram ambos condenados à morte.
Nenhum deles pode ser considerado um processo justo, nenhum assentou numa acusação legítima ou convincente, nenhum teve um desenvolvimento linear. E, por outro lado, os dois foram processos políticos.
Ao longo dos tempos, teólogos, historiadores, juristas, todos eles escreveram e discutiram alundantemente sobre cada passo do processo que levou à crucificação de Jesus. A multidão democrática e manipulável clamando pela libertação de Barrabás em troca de Jesus. Mas a nossa relação com o processo de Jesus e continua a ser, em grande medida, a relação de quem não compreende.
Nós compreendemos por que Jesus foi levado pelo Sinédrio para ser apresentado ao procurador romano. Para que Pilatos condenasse Jesus à morte, precisava de factos que implicassem a sua autoridade, precisava de uma culpabilidade terrena e política. Por isso os acusadores levaram Jesus até Pilatos apresentando-o como o malfeitor que se autoproclamava rei dos judeus. Por isso todos os envangelistas narram a primeira pergunta do interrogatório: "És tu o rei dos Judeus?" Tu o dizes", responde Jesus.
Quando Jesus responde: "O meu reino não é neste mundo", Pilato diz: " Logo, tu és o rei." E Jesus replica: "É como dizes. Para isto vim ao mundo: para dar testemunho e verdade."
Em todas as fases do processo, Jesus praticamente não diz nada, não refuta nada. Perante da multidão e dos sacerdotes, sempre o mesmo Jesus silencioso. É como se Jesus tivesse passado ao lado do seu próprio processo. Ou devemos pensar que o silêncio de Jesus também não é deste mundo?
Infelizmente para nós, não podemos permitir aguardar o silêncio até ao fim.
Nuno Costa, em 6/5/2011

Um caminho difícil

                                      
Estas interrogações, que se vão ouvindo com mais frequência, dão voz à preocupação de um país, lenta mas seguramente, as pessoas antecipam o que se aproxima. A razão começa a tornar-se clara: andámos a gastar por conta de uma riqueza que não criávamos, entretidos a discutir a desigualdades na distribuição do rendimento quando o fundamental era gerá-lo. Mesmo a crise seja maior, a dificuldade em identificar um propósito palpável complica a mobilização da sociedade e, sem ela, este período será só mais um longo do que o necessário, como poderá confirmar uma fase de decadência persistente. Qualquer que seja o modo, desmistifique-se o discurso do imediatismo: a cura não será milagrosa, demorará tempo, implicará sacrifícos e restrições.
Para garantir o empenho e determinação, os sacrifiçios hão-de ser repartidos: não podem incidir apenas na classe média ou nos assalariados. Os mais afortunados são convocados a dizer presente, por a solidariedade e vontade própria pelo menos por um instinto de sobrevivência.
Chegámos a estar em negociaões mais enfraquecidos do que podíamos e devíamos. Os nossos graus de liberdade, sendo poucos não são a nulos. O compromisso de cumprimento das metas e calendário de redução do défice pré-estabelecidos o empenho na divinuição do endividamento externo são pré-requisitos. A história demonstra que a reputação e a credibilidade, por vezes, por travessas, assumindo voluntariamente as limitações na nossas margens de manobra.
Não chegamos à actual situação apenas por culpa dos políticos e não sairemos dela se delegarmos neles, sem exclusivo, na solução.
Nuno Costa, em 6/5/2011

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Doloroso inevitável

                                       
A recente crise política precipitou a situação que nós vivemos. Mas não vale a pena iludir com a realidade: se tivéssemos uma economia minimamente saudável, uma crise política e a convocação de eleições antecipadas seriam fenómenos sem grande impacto económico e não empurrariam as taxas de juro da dívida pública para os níveis astronómicos que observamos, nem implicariam o encerramento definitivo dos mercados financeiros a Portugal. Apesar, ano após ano, se observar o crescimento da dívida ao exterior, nunca as autoridades portuguesas tomaram medidas para inverter tal situação, evitando assim incorrer nos custos de "estragar a festa". Até que chegámos numa actual situação, os nossos habituais credores consideram que atingimos uma dívida excessiva e não emprestam mais. Confrontadas com esta nova realidade, as autoridades tinham duas alternativas: deixar o país entrasse em incumprimento à medida que a dívida emitida no passado fosse vencendo, ou recorrer a instância internacionais de último recurso. Optar pela primeira solução seria um desastre, impedindo-nos, inclusivamente, de importar bens essenciais. A ajuda internacional permite-nos honrar compromissos assumidos e permitirá que continuemos a respirar minimamente. Por outro lado, tal ajuda só será concedida se aceitarmos mudar de vida, se passarmos a poupar mais e deixarmos de gastar o que não temos. Vai ser mais doloroso, mas é o custo de não termos arrepiado caminho pelo nosso próprio pé!
Nuno Costa, em 5/5/2011

Um marco humilhante

                                            

Com o pedido de assistência financeira esterna, o Governo colocou um marco humilhante num dos períodos mais indigentes e irresponsáveis da política portuguesa nas últimas décadas.
Primeiro, o Governo foi sistematicamente negando a crise financeira tocasse a Portugal. Não alcançou, e iniciou a queda para o abismo, não percebendo nem controlando mais um impacto dos resultados finais daquele orçamento iriam ter daí para a frente na perda da credibilidade amealhada no controlo do défice.
Nos últimos tempos vimos um Governo em actuação táctica com muitas mentiras, mistificação e manobras de guerrilha, sobretudo com o maior partido da oposição, procurando esconder a realidade das contas públicas e do endividamento externo, e evitar uma moção de censura que tomasse as medidas verdadeiramente necessárias para corrigir o défice. Em Portugal construiu, durante as últimas décadas, uma enorme bolha económica global, uma bolha de políticos e alguns economistas confundiram com a vitalidade económica e sinal de prosperidade!
Alguns dos leitores irão lembrar-se das empresas, escolas, hospitais, complexos desportivos, centros de congressos, bibliotecas, auto-estradas, reabilitação urbana, abastecimentos de água, sistemas de tratamenta de esgoto, etc. Mas houve muitas outras aplicações destes recursos: especulação com a habitação e terrenos, bonitos relvados, centros comerciais, mais de dois milhões de automóveis novos, viagens de férias ao estrangeiro, bens de consumo duradouro, espectáculos, maiores salários, vários subsídios e muitas outras despesas correntes no Estado. Não esquecer dos muitos impostos arracadados pelo Estado como receita corrente que tiveram, na sua origem, empréstimos pedidos pelas famílias para aquisição da casa própria e automóveis.
Mas, sem uma estratégia para reorientar o modelo do criscimento, o país estará ainda perante o espectro da bancarrota, os credores irão sofrer inevitavelmente uma perda dos seus créditos, de que resultará um período negro dos anos da dificuldade do acesso a novos financiamento, ficando o país limitado às esmolas dos fundos comunitários!
Nuno Costa, em 5/5/2011

A competitividade de Portugal e dos portugueses

                                    
A própria facilidade de compreensão, diminuindo-lhe a necessidade de esforço, leva-o a estudar todos os assuntos pela rama, a confiar demasiado na espontaneidade e brilho da inteligência".
Se olharmos com pragmatismo do país nos dias de hoje, temos dúvidas legítimas: um país insuportavelmente endividado, que não consegue pagar as contas do que andou irresponsavelmente a gastar. Um Estado que está presente onde deve, na maioria dos casos sem cultura visível de gestão por objectivos, competitiva e concorrencial, assim se sujeitando às críticas daqueles que apregoam com demagogia do Estado é por natureza um mau gestor. Olhemos para os países mais pequenos do que nós, que não obstante a sua dimensão são exemplos de competitividade, desensolvimento e civilidade. Os portugueses são magníficos em embientes verdadeiramente competitivos, e a prova disso chega-nos a todos os dias em notícias que nos dão conta dos portugueses e empresas portuguesas, em Portugal ou no estrangeiro, são exemplos de excelência, liderança e empreendedorismo.
Nuno Costa, em 5/5/2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Escadório do Santuário dos Remédios necessita de reparações urgentes

Lamego

                                          
Os balneários recentemente instlado cuja a falta se fazia sentir há muito tempo, evidenciam não elevado gosto pela qualidade higiénica dos visitantes mas também, a sensibilidade pela poupança da água.
A instalação de mecanismos automáticos dos gastos da água que evidenciam também a sensibilidade universal do que é preciosos liquido já é um elemento escasso, na natureza é preciso poupar.
Também é louvável a colocação das mesas para os romeiros que possam sentir mais cómodos, durante as suas refeições, aos pés da Nossa Senhora dos Remédios. Dada a elevada afluência de turistas, que fazem transportar em grandes autocarros, por vezes atingem as dezenas, as vias de acesso ao Santuário já tornam excessivamente estreitas e os parques de estacionamento é demasiado acanhados para corresponderem de forma eficaz e também  fluente às exigências.
O monumental é o escadório também carece de um arranjo global mas também e, sobre tudo, da recolocação das respectivas colunas, mesmo ali, no princípio do escadório.
Depois da estrada nacional, também duas colunas piramidais que se encontram destroçadas. Devemos incluir-nos, dando as mãos para que Lamego se torne mais atraente e mais cosmopolita.
Nuno Costa, em 4/5/2011

Coelhada de cabidela

                                   

                                        
Depois de sair da toca, vai o coelho confirmar o que lhe havia sido dito. Galinheiro construído há 37 anos e foi transladado para a Quinta depois os tais malucos lhe terem devolvido a segurança necessária para fruir do milho numa quinta destas lhe poderia propocionar.
E o coelho, é tão esperto como o Chico, apercebeu-se depressa da situação reinante. Mas a forma aparvalhada de agir que era a sua imagem de marca, as trapalhadas onde que se metia onde quer que se mexesse, a total incapacidade para reconhecer a sua falta de jeito para a coisa, nem os palavrosos discursos em que era o mestre que conseguiam disfarçar, e estavam a esgotar a paciência das hienas, conspurcado, mal cheiroso quanto basta para o nosso coelho que se sinta em casa, como na toca, ou na coelheira onde sempre tem vivido.
Ele não quer mudar nada, a administração da quinta está mesmo, mesmo a seu gosto, mas é preciso e urgente dar-lhe um ar mais convinsente, e não deixar a porcaria que sempre tem de ser feita para por imposição as hienas que fique exposta à luz do dia, não vão os patos reparar e começar a pensar que é preciso mudar.
E quem é o melhor do que ele, o coelho do pêlo fino, focinho bem acabado o discurso bem estudado, para convencer os patos a mudar de dirigente para que nada mais mude?
Depoi do trabalho feito, o coelho recolheu à toca, à espera dos resultados. E não é que os patos, numa sondagem feita à medida, já dão ao coelho como o vencedor em próxima consulta à bicharada?
Quando ao futuro dos patos, é só deles que depende.
E é preciso ter esperança porque um dia, é fatal como o destino, eles irão acordar.
Nuno Costa, em 4/5/2011

Autoritarismo e arrogância

                                     
Decididamente o Governo PS de José Sócrates ficará na história como o promotor do maior ataque de sempre contra os trabalhadores da Administração Pública e contra os serviços públicos.
Os direitos de aposentação foram dos primeiros a ser sujeitos a actos de autêntica espoliação governamental, penalizando gravemente milhares de trabalhadores que estavam à beira da justa e merecida compensação pelos anos de efectivo serviço prestado, bem como frustrando as legítimas expectativas dos restantes, se o deixarmos, será exigido trabalhar para além dos limites rezoáveis para acederem a uma pensão que não lhes permita sobreviver.
Depois foi o roubo nos salários, seja pelo congelamento seja pelo o aumento dos impostos. Tudo é feito em nome da crise do capitalismo, ao qual as poíticas da direita dos últimos anos deram livre a um curso, estimulado a euforia especulativa da alta financa ao mesmo tempo que estrangulavam o poder de compra das amplas massas dos trabalhadores. Os acessos de arrogância e autoritarismo, os métodos obscuros e bafientos, o Governo recorre cada vez com mais frequência contra os direitos e o interesses dos trabalhadores, trazendo à memória o odioso passado salazarista derrotado pelo povo português, contratam com a sua afeiçoada subserviência aos interesses do capital financeira e desmudam assim o profundo carácter de classe das políticas governamentais.
Estaremos em greve para combater e dizer não ao autoritarismo e à arrogância deste governo - polícia a exigir políticas verdadeiramente sociais, que respeitem os direitos e o trabalho, apostem na valorização profissional, na modernização do país, no emprgo e nos serviços públicos.
Nuno Costa, em 4/5/2011 

terça-feira, 3 de maio de 2011

Um pequeno pormenor

                                     
O argumento é simples: Sócrates faz parte de um problema e não de uma solução.
É típico dos comportamentos colectivos ou individuais, quando assolados pela desgraça, como um país falido, para recompor a dor e o desespero que nos vão na alma, procurar e projectar num identificado "bode expiatório", a razão da dita tragédia . Diga não a Sócrates que não tenha grande parte da quota neste afundamento da situação endividada do país. Pela sua estratégia fatal que nunca se pode dizer ao povo que já estamos no fundo do poço. Por ser a primeira vítima de um marketing político falhado que lhe ensinaram, em política, o segredo de esconder a verdade, pois, as falácias sempre inebriam mais o povo, avesso à dureza da verdade. Mas continuando a pensar esta condenação exclusiva sobre Sócrates é não só injusta como perigosa. É preciso de não esquecer que a nossa dívida externa privada é superior à do Estado. É preciso identificar outros responsáveis, como os bancos, determinados empresários e tantos cidadãos que se regenerarão para saber viver dentro das suas possibilidades. Nem se esqueça a forma como certos grupos, possuídos de um corporativismo vesgo, sempre se opuseram às reformas.
Mas, voltando à ideia inicial, o que parece é que essa "inteligência" que põe antecipadamente de fora Sócrates ou esses líderes que juram de não formar um governo, esquecem um pequeno pormenor: em democracia, o voto de cada cidadão vale o mesmo.
Num país que tem, por contas do insuspeitável de, 6 milhões de portugueses dependem do Esrado, a relação com o "patrão acidental", o Governo, tem muito amor e ódio. E o povo nem sempre faz as vantades às elites.
Nuno Costa, em 3/5/2011

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Abril é tempo de revolta!

                                     
Mais de 200 deputados para um dos mais pequenos e pobres países da Europa. Gerações seguidas no Poder de cobardes e traidores e roubar um povo passivo e manso, sempre pagando sem saber para quê ou para quem... Até quando esta gente bem vestida e bem falante vai continuar a defraudar e a apunhalar nas costas os ideiais de tantos que morreram pensando em Abril de 74 não tinha mudado? Continuam aí os vampiros e o seu ar sisudo, nas presidências, na Assembleia da República, nos ministérios, nas autarquias, nos tribunais, nos bancos, nas empresas do Estado e em todo o Poder. Portugal continua uma sociedade servil, feudal, governada consecutivamente por cobardes e traidores oportunistas, esquecendo o bem geral, o povo pagante é sempre o mesmo. É tempo de mais para o actual estado das coisas, é tempo de apurar responsabilidades, de renovar o sangue...
Nuno Costa, em 2/5/2011

A vergonha de um país que não ajuda quem o sustenta

                                   
Em pleno desespero, o desalento perante a crise que nos abraça face à corrupção de quem nos governa. Não tenho emprego, casa de famiares para poder ficar, dinheiro para a higiene, alimentação, habitação e medicamentos, alguns são doentes obssessiva - compulsiva - bipolares. É este o Estado que quer fazer com o jovens  que sintam orgulho e lutemos contra dívidas dos indivíduos que brincam com a vida dos milhares regentes, esbajando milhares em submarinos, TGV, futebois etc... Sinto-me vergonha de um país que não ajuda quem o sustenta.
Nuno Costa, em 2/5/2011