O pensamento único não é uma coisa fixa, sempre com a mesma formolação: pode até ter manifestações contraditório e contém o mesmo sortilégio lúdico do sabonete que tentamos apanhar no fundo da banheira: quando o julgamos agarra-lo e lá fugiu.
O pensamento único, afinal, é assim: tudo pode ser o que é ou o seu contrário - desde que o resultado final seja não mudar o que está. Ora, até agora, não havia político que, estando no estrangeiro, não recusasse pronunciar-se sobre a situação em Portugal, nomeadamente sobre divergências internas - em nome do sentido do Estado. Falta de sentido do Estado é dizer-lhes que há uma entidade única com quem devem dialogar - o Governo, bem ou mal, é a única entidade legitimada pelo voto popular. O Estado é uma entidade pisca-pisca, ora existe, ora não, ao serviço do que for preciso fazer segundo as imposições do pensamento único. Apesar de tudo ainda não é já que adiro ao pensamento único.
Nuno Costa, em 19/5/2011
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