Com o pedido de assistência financeira esterna, o Governo colocou um marco humilhante num dos períodos mais indigentes e irresponsáveis da política portuguesa nas últimas décadas.
Primeiro, o Governo foi sistematicamente negando a crise financeira tocasse a Portugal. Não alcançou, e iniciou a queda para o abismo, não percebendo nem controlando mais um impacto dos resultados finais daquele orçamento iriam ter daí para a frente na perda da credibilidade amealhada no controlo do défice.
Nos últimos tempos vimos um Governo em actuação táctica com muitas mentiras, mistificação e manobras de guerrilha, sobretudo com o maior partido da oposição, procurando esconder a realidade das contas públicas e do endividamento externo, e evitar uma moção de censura que tomasse as medidas verdadeiramente necessárias para corrigir o défice. Em Portugal construiu, durante as últimas décadas, uma enorme bolha económica global, uma bolha de políticos e alguns economistas confundiram com a vitalidade económica e sinal de prosperidade!
Alguns dos leitores irão lembrar-se das empresas, escolas, hospitais, complexos desportivos, centros de congressos, bibliotecas, auto-estradas, reabilitação urbana, abastecimentos de água, sistemas de tratamenta de esgoto, etc. Mas houve muitas outras aplicações destes recursos: especulação com a habitação e terrenos, bonitos relvados, centros comerciais, mais de dois milhões de automóveis novos, viagens de férias ao estrangeiro, bens de consumo duradouro, espectáculos, maiores salários, vários subsídios e muitas outras despesas correntes no Estado. Não esquecer dos muitos impostos arracadados pelo Estado como receita corrente que tiveram, na sua origem, empréstimos pedidos pelas famílias para aquisição da casa própria e automóveis.
Mas, sem uma estratégia para reorientar o modelo do criscimento, o país estará ainda perante o espectro da bancarrota, os credores irão sofrer inevitavelmente uma perda dos seus créditos, de que resultará um período negro dos anos da dificuldade do acesso a novos financiamento, ficando o país limitado às esmolas dos fundos comunitários!
Nuno Costa, em 5/5/2011
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