terça-feira, 3 de maio de 2011

Um pequeno pormenor

                                     
O argumento é simples: Sócrates faz parte de um problema e não de uma solução.
É típico dos comportamentos colectivos ou individuais, quando assolados pela desgraça, como um país falido, para recompor a dor e o desespero que nos vão na alma, procurar e projectar num identificado "bode expiatório", a razão da dita tragédia . Diga não a Sócrates que não tenha grande parte da quota neste afundamento da situação endividada do país. Pela sua estratégia fatal que nunca se pode dizer ao povo que já estamos no fundo do poço. Por ser a primeira vítima de um marketing político falhado que lhe ensinaram, em política, o segredo de esconder a verdade, pois, as falácias sempre inebriam mais o povo, avesso à dureza da verdade. Mas continuando a pensar esta condenação exclusiva sobre Sócrates é não só injusta como perigosa. É preciso de não esquecer que a nossa dívida externa privada é superior à do Estado. É preciso identificar outros responsáveis, como os bancos, determinados empresários e tantos cidadãos que se regenerarão para saber viver dentro das suas possibilidades. Nem se esqueça a forma como certos grupos, possuídos de um corporativismo vesgo, sempre se opuseram às reformas.
Mas, voltando à ideia inicial, o que parece é que essa "inteligência" que põe antecipadamente de fora Sócrates ou esses líderes que juram de não formar um governo, esquecem um pequeno pormenor: em democracia, o voto de cada cidadão vale o mesmo.
Num país que tem, por contas do insuspeitável de, 6 milhões de portugueses dependem do Esrado, a relação com o "patrão acidental", o Governo, tem muito amor e ódio. E o povo nem sempre faz as vantades às elites.
Nuno Costa, em 3/5/2011

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