Nas próximas semanas vamos ouvir falar até à exaustão das importantes negociações que vamos ter com o Fundo Monetário Internacional, com o Banco Central Europeu e com a Comissão Europeia. Porém, como todos sabemos, os nossos contactos com o FMI e com as restantes instituições não ficarão por aqui. Afinal, eles têm todo o interesse em que o dinheiro lhes seja devolvido a tempo e horas.
Se as dívidas são demasiado elevadas, as famílias tentarão primeiro arranjar melhores e mais empregos para ser se conseguem obter mais rendimentos para pagar as suas dívidas. Se tal não for possível, ou as dívidas forem demasiado grandes, as famílias tentarão recorrer a mais créditos para pagar as dívidas existentes. Nessa altura, se o endividamento for demasiado grande, os bancos só emprestarão a taxa mais elevadas ou podem recusar-se a emprestar mais dinheiro.
A diferença é os países não costumam ser invadidos se não pagarem as suas dívidas, enquanto as famílias e as empresas podem ser sujeitas a mecanismos de coacção judicial. No fundo, o FMI é uma espécie de banco de última instância que empresta dinheiro aos países que já não conseguem crédito de mais ninguém. O FMI fá-lo mas com condições que por vezes são muito severas para os países que pedem ajuda. Porque o FMI quer recuperar o dinheiro emprestado e, para isso, pretende que as dívidas dos países que sejam abatidos e o crescimento económico seja reatado. As condições impoetas são uma maneira de o FMI garantir que os países recuperem para que possam, o mais brevemente possível, pagar o dinheiro que pediram emprestado.
Na próxima semana veremos quais são as reformas e as condições que habitualmente são impostas pelo FMI.
Nuno Costa, em 16/5/2011
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