terça-feira, 17 de maio de 2011

A nossa velha crise

                                         
Há por aí quem rejubile com a descoberta das dívidas soberanas estão nos bastidores da crise dos juros. Descobrem agora que está na voracidade dos interesses especulativos que dominam tais agências da origem das sucessivas crises financeiras. Ora, isso é mais ou menos a metáfora do ovo e da galinha. A nossa crisse está numa economia pouca competitiva e dominada por meia dúzia de gigantes que labutam em mercados protegidos por monopólios ou por concessões e investimentos que dependem da luz verde política. A nossa crise está num sistema partidário fraco à face ao poder financeiro, traduzido em governos sem rasgo, sem projecto e sem estratégia que não seja a navegação à vista e a respectiva gestão dos ciclos eleitorais. A nossa crise depende de um ministro das Finanças que não soube ser inflexível quando mais era necessário ou de outros que não souberam arrumar as contas públicas em tempo das vacas gordas. A nossa crise é velha e não é impulsionada por factores externos. Ela está ca dentro e, em parte, somos nós todos.
Nuno Costa, em 17/5/2011

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